quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Crônica de 12 de outubro (VIII) - Camisetas pretas e passaetas - o Brasil acorda.

Crônica de 12 de outubro (VIII) - Camisetas pretas e passeatas - o Brasil acorda.

Finda a tarde de 12 de outubro. Vejo na Internet e depois na televisão, matérias sobre os protestos contra a corrupção, no país – que o repórter faz questão de assinalar que foi organizado pela Internet (aquela ilusão, etc.). Agora, foram mais de 20 cidades, Brasil afora.

Mas, o que me chamou à atenção foi a composição dos participantes. Pelo menos nas imagens feitas no Rio de Janeiro, há gente de todas as faixas etárias e classes sociais. Sim, ainda existe esperança, esta flor que não esmaece enquanto não tomba o último homem!

Em Goiânia, foram quase dois mil participantes - em termos de visual, participação e comportamento, a marcha da Praça Universitária até a Praça Cívica (palco da célebre e lendária manifestação das "Diretas Já") não destoou das outras, Brasil afora.

O problema do movimento em questão: difícil não ser contaminado por bandeiras particulares ou ter sucesso, se não eleger a médio prazo alternativa de natureza política – posto que, se existe corrupção, ela tem lugar, autor e origem, deve, também, ter aqueles que devem velar pelo seu combate, nas vias isntitucionais...

De qualquer maneira, em vez de murchar ou desaparecer, o movimento só cresce, mostrando que tem substrato real e combustível para ir mais longe.

Por mim, boa parte da coisa começa pelo sistema eleitoral e acaba nos eleitores. O sistema atualmente vigente aliena o voto eleitor, pois o candidato que ele escolhe nem sempre coincide com o candidato que é declarado eleito – o palhaço Tiririca, por exemplo, levou 3 parlamentares junto com ele para Brasília, enquanto que, gente com votação próxima a 150.000 votos ficou chupando o dedo, em São Paulo.

E o eleitor, desde sempre, insiste na escolha de candidatos ineptos (analfabetos ou não, gente do mundo da mídia, religião, etc.) ou corruptos (escolarizados ou não, oriundos da política institucional – que começa lá na associação ou sindicato ou não, ou eleitos à custa de grana preta, gente do mundo da mídia, religião, etc.).

Alternativas podem ser tentadas: voto distrital, por exemplo. Mas, a coisa só muda se os “brasileiros e brasileiras”* mudarem. Aceite-se ou não, os representantes populares e o governo tem exatamente a mentalidade do eleitor que o elegeu.

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* Este era o prolixo bordão de José Sarney, nas constantes aparições televisivas, quando ainda era apenas presidente do Brasil, e era jocosamente imitado pelos humoristas de norte a sul do país.

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