quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Crônica de 12 de outubro (VI) - o Cristo Redentor

Crônica de 12 de outubro (VI) - o Cristo Redentor

Completam-se 80 anos da inauguração da estátua do Cristo Redentor, do Rio de Janeiro, que, desde então, reina imponente sobre as cercanias da baia da Guanabara. A imensa estátua foi tombada como patrimônio da humanidade.

Sua construção foi certamente um prodígio, naqueles tempos em que o Rio era uma capital de república cercada de fazendas e costumes rurais por todos os lados. Em certo sentido, sua construção, tal como aconteceu com a torre Eiffel, era um marco indicativo para o futuro do país, no sentido de devir, de modernização e riqueza.

O que me chama à atenção na estátua do Cristo Redentor é justamente sua estética, a feição da imagem que reproduz um crucifixo, as linhas retas e econômicas que lhe dão um ar sempre atual e enxuto, o rosto firme e sereno do Nazareno, cujo abraço se expande no espaço e abraça toda uma nação, pontuada pela incrustação de um coração sobre o peito – à moda do que ocorre com a suástica nas estátuas do Buda, indicando alguma concessão ao pieguismo em desfavor da simbologia, constituindo-se de qualquer forma, num traço da personalidade da nação – que, de qualquer forma, faz muitas e indesejáveis concessões em diversos planos, levado pela razão momentânea, em desfavor da razão e do futuro.

Enfim, o Cristo estabelecido sobre o morro da Urca (no meio de uma paisagem estonteante), com seu rosto firme, sereno e curvado – indicando que seu olhar alcança a cidade abaixo e além - não é só o Redentor. É carioca e brasileiro!

Na Polônia, também ergueram uma estátua ciclópica de um Cristo Coroado, que suplanta, em tamanho, o Redentor. Mas, pelas fotos que vi, ela foi erguida sobre uma colina vistosa, mas sem graça. E a estátua em questão, ao contrário da outra, me parece carente de carisma, no sentido de caráter e beleza estética.

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