sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O fracasso da escola pública - o mal do oportunismo e falta de compromisso com o ensino...

O fracasso da escola pública - o mal do oportunismo e falta de compromisso com o ensino...

Em São Paulo acontece uma quizila em torno da discussão sobre a grade de ensino da rede de ensino público estadual. O Secretário de Estado andou ventilando que as "redes de discussão" do ensino público paulista aventavam a diminuição do volume de aulas de português e matemática, em favor da introdução de novas matérias, tais como a sociologia e filosofia.

A coisa foi esquentando, até chegar ao ouvido do governador do Estado, que tratou logo de resolver a parada, declarando à imprensa que não haveria diminuição alguma do ensino das duas matérias, afirmando todavia, que se estudava a ampliação da carga horária das aulas, justamente para introduzir as novas matérias no grade curricular. Mas, naquela altura, a imprensa e muita gente considerada da área da filosofia e da sociologia já estava engalfinhada em discussões a respeito, pelos jornais, blogues e sites.

O que eu acho: se as escolas da rede regular de ensino público brasileiro conseguissem ensinar bem português e matemática aos seus alunos, já seria uma notícia bem-vinda.

O fracasso que se verifica na rede de ensino público acontece justamente porque, em vez de português e matemática, o que se aplica é o sociologismo e o filosofismo (isto é, a sociologia e meia tigela e a filosofia de buteco), a título de "mediação" do conteúdo do ensino constante da grade curricular.

É isto mesmo: os responsáveis pelo ensino público acham que o português e a matemática precisam de uma adaptação, para ser aplicada à sua clientela, o que inclui um colorido ideológico, dito "progressista".

É a materialização mais perfeita da visão da elite intelectual contra os mais pobres. O nome correto disto é canalhice, e se constitui um crime contra uma geração inteira de brasileirinhos.

Os defensores do sociologismo e do filosofismo nas escolas alegam que o fundo da discussão estabelecida em São Paulo está o temor das elites contra o suposto aguçamento da percepção dos alunos da escola pública e o que decorre disto.

Minha argumentação vai noutra linha: sem saber ler e escrever, nada se consegue - nem interpretar um talão de água ou luz, imagine-se interpretar a realidade circundante e, especialmente, conseguir um emprego razoável! Vai daí que... Simples, assim.

Algumas figuras celebrizadas como especialistas do ensino, afoitas pelo que chamam de "relativização" de valores, chegam a alegar que o ex-presidente da república é quase um analfabeto e apesar disso, chegou ao cargo de mandatário da nação, sem perceber que o pressuposto de tal argumento é justamente o fracasso da escola pública como ferramenta de formação e instrumentalização para cidadania e a vida e, portanto, da atividade de ensino e, bem assim, da eficácia do professor como profissional.

É verdade que o ex-presidente da república é um tipo esperto. Muita gente alega que esperteza não é inteligência, mas a articulação de habilidades justamente para superar a falta dela. Não vou entrar neste mérito. O que quero estabelecer é o seguinte: se o caso é de valorizar a esperteza individual e desprezar o ensino como ferramenta de desenvolvimento coletivo, então o caso é realmente de acabar com as escolas e demitir os professores e funcionários.

Deixa andar! O história do Brasil, em certa medida, é a história do triunfo dos políticos e líderes espertos contra as instituições - a Constituição, a Lei, o governo, a ética. Nesse sentido, parece que estamos muito bem. Pra quê mudar? Usando a filosofia futebolística, digo: em time que está ganhando não se mexe...

Apenas para ilustrar: se um analfabeto for hoje a uma porta de fábrica consegue um emprego?

O tempo do operário semialfabetizado que virava líder e era incensado pela elite intelectual da esquerda e tudo o mais, num país de governo autoritário, já passou. Os tempos de agora são outros. Um bom emprego numa empresa razoável com um salário inicial apenas admissível, depende, via de regra, de prova de conclusão de ensino superior. E isto vale para um shopping center ou lojinha do bairro.

Não foi por menos que isso que Vicentinho, ex-presidente da CUT, percebendo que, apesar de travar a língua e ser operário, não estava mais nos anos 70 e não tinha a mesma sorte e um ex-companheiro de sindicato, resolveu apostar na escola e estudou, graduou-se em Direito, tornou-se advogado, elegeu-se deputado e, tornou-se um verdadeiro doutor em leis.

Sim, existe no Brasil um ex-presidente que, para vergonha dos educadores que se dão ao respeito, se gaba de ter chegado ao cargo máximo da nação sendo apenas semialfabetizado e, por isso, lixou-se para a qualidade do ensino público, quando deveria ter feito ao contrário, para que as novas gerações tivessem ensino de melhor qualidade tendo a oportunidade que ele não teve, pois é sabido que nem todo mundo tem a mesma sorte e destino - como prova uma simples comparação entre ele, os irmãos e as irmãs.

E deixemos os filhos sortudos do ex-presidente de lado, por que aí, a coisa se complica. Não é muito fácil explicar para um jovem inteligente e dedicado da rede de ensino público (que talvez nem chegue a tratador de zoológico, dependo da qualidade do ensino que receber) aquela fábula do tratador de zoológico que virou dono de empresa de tecnologia que não produzia nada mas recebeu um depósito bancário de um gênio banqueiro, cujo numerário era uma fábula!...
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A questão da melhoria da qualidade de ensino público brasileiro é complexa. Mas, eu tenho certeza que, se uma assepsia para livrar seu conteúdo das mistificações e simplificações socialistas, um chega-pra-lá nos profissionais do ensino, para que assumam a responsabilidade de ensinar e, bem assim, a criação de uma regulamentação institucional mínima que devolva à escola o exercício de seu papel basilar, garanta a efetividade da atividade mediante a criação de ambiente e condições de ensino e, reenderece ao professor a sua importância e autoridade, vai fazer um bem danado e, já vai fazer uma diferença tremenda, para quem precisa dele.

Como disse jocosamente um famoso jornalista de São Paulo, não existe lingua portuguesa, matemática ou geometria de esquerda ou de direita...

Não se faz um pais moderno e com um futuro promissor e duradouro sem escola. E não existe escola, se não existe ensino. Pode existir prédio, grade curricular, professores em classe, alunos entrando e saindo (não é piada!), mas, ensino, não. Ensino é outra coisa - um pouco diferente daquilo que oferecem aos alunos da escola pública, no Brasil.

Como é revoltante ver um professor preguiçoso e irresponsável alegar para seus alunos, que os males do Brasil (ensino público incluído, naturalmente) são resultado, sempre e sempre, da ação das inomidas "elites", sempre mal intencionadas e sem compromisso com os "excluídos"! Mas é corriqueiro o usao desta muleta pelos educadoress nas salas de aula, numa forma prática e muito oportunista de utilização do sociologismo e filosofismo, no comentário de conteúdos de matérias escolares - mesmo que seja uma aula de português ou matemática!

Mas o que é mesmo elite? Um prossessor graduado (como são os professores da rede estadual de ensino, hoje em dia) e pós-graduado faz parte da elite do ensino.

Indo além, é força concluir que o operário que vira chefe de partido e, depois, chefe de governo, faz parte da elite do poder, sem dúvida alguma. O partido que chegou ao poder federal e governa o país a mais de uma década, compõe a elite da política. E os sindicatos associados ao tal partido, a elite sindical. Mas, não os vejo sendo objeto de perjúrio e ataques, nas classes de aula...

Mas, gozado!, não os vejo sendo objeto de perjúrio e ataques, nas classes de aula.
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Em Goiânia, algumas crianças foram flagradas em bando e armadas, dispostas a se altercar com um outro grupo de crianças, hoje, 30.09.2011, numa porta de escola. Mas, um policial informa à reportagem televisiva: a polícia não pode abordar e revistar as crianças, por causa das disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ou seja: temos um ótimo Estatuto. O que não temos é um meio de garantir a imposição da segurança pública e a preservação da incolumidade física e a vida de crianças, nas escolas - tanto faz que seja da porta pra dentro, ou da porta pra fora.

A abordagem e revista das tais crianças para destituí-las de armas na presença de informações positivas e indícios visuais é considerada ofensa grave aos seus direitos. Deixá-las livres, com a possibilidade real de altercação, ferimento e, até, morte, não. Entenderam? Nem eu.

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