domingo, 24 de abril de 2011

Escola Pública brasileira: o retumbante fracasso

Escola Pública brasileira: o retumbante fracasso demonstrado numa prestigiada pesquisa internacional

Uma pesquisa internacional ré-cem divulgada, que foi realizada pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), exibe mais um vexame no Brasil, quanto à oferta de ensino escolar.

Num ranking de 65 países, o Brasil ficou foi classificado num vergonhoso 53º lugar, abaixo de países como a Romênia, a Tailândia e o Uruguai.*

E permeando a pesquisa, a constatação inegável de que disparou, o índice de qualidade do ensino ofertado pelas escolas públicas e, as escolas particulares, no ensino brasileiro.

Nos últimos 8 anos de governo, não se ouviu falar em menos do que numa revolução no ensino público, de parte do governo federal. O que ocorreu, entrentanto, foi só um retumbante e previsível fracasso na iniciativa governamental.

Mas, deixemos de falar da culpa e, falemos das vítimas do fracasso em questão, que foi justamente a clientela escolar oriunda das classes sociais mais baixas, maioria absoluta dos frequentadores da escola ofertada pelos governos das três esferas da federação.

Sim, eles mesmos, os "beneficiários" de uma educação supostamente inclusiva, é que são as vítimas do fracasso, e tem os seus horizontes de expansão pessoal e econômico - o que muita gente diz ser a tal da "inclusão social" -, irremediavelmente comprometido, malgrado a criação dos mais diversos e peversos mecanismos de disfarce do fracasso do ensino público, tais como as tais de cotas sociais e raciais e, manipulações extremas e ridículas das formas de avaliação oficiais - entre elas, o escandaloso e, inoperante Exame Nacianal de Ensino Médio - ENEM, onde a capacidade de raciocínio e, deducação dos alunos foi substituída em boa parte, pela capacidade de associação (que só serve para avaliar o conhecimento de crianças do pré-escolar)...

Mas, pelos resultados, podemos resumir: a tal da educação inclusiva é um penoso, caro e ineficiente processo que, ao final, só consegue promover a exclusão. É uma dessas coisas nossas, das quais, dizem, devemos nos orgulhar, assim como o bandido "coitado" que gosta rifle AR-15 e matanças por atacado, do político que "rouba, mas faz - ou que rouba, não faz, mas é do tipo gente como a gente" e, evidentemente, a joboticaba.

Minha esposa é professora da rede oficial de ensino. Mas, na hora de decidir sobre o futuro de nossos filhos, resolvemos nos sacrificar e, colocá-los em escolas pagas, sabendo que esta era a única vantagem que podía-mos oferecer a eles, em relação ao futuro. Na Escola onde trabalha, ela sofreu muitas e duras críticas por conta de tal dedisão.

Mas, não nos arrependemos: na escola em que nossos filhos estudam, tudo começa num contrato, passa pela regularidade das aulas e, finaliza na cobrança de resultados pela escola, de parte de meus filhos e, de nós, em relação à proposta educacional e do resultado do ensino aplicado aos nossos filhos, pelas escolas contratadas. É o bastante para que se desenvolvam bem…

Na escola pública, tudo começa com um compromisso constitucional com a educação gratuíta e, de qualidade, sustentada com o dinheiro dos impostos. Seria o bastante para a existência de uma escola de primeira categoria, se a clientela e, os contribuintes se unissem em torno da defesa do direito em questão. Mas…

No ensino regular oficial, vigora uma política abrigada no selo da “inclusão social”, que serve para justificar o oportunismo, a omissão, o “coitadismo” e, os mais diferentes interesses - que destoam do objetivo principal, que é ofertar escola de boa qualidade, mediante as condições adequadas.

O clima de uma classe de aula de uma escola pública é difícil de descrever. Mas, o que se passa ali, não tem nada a ver com ensino. É uma degladiação estúpida e constante entre o professor e os alunos, que entram para a sala de aula em trajes pra lá de sumários, munidos de MP3, celulares, câmeras digitais, camisas de clubes esportivos e, outras traquitanas.

Entrementes a guerra pelo controle da situação, o professor vai presenciando cenas de agressão física e verbal, assédio moral, assédio sexual, e tráfico de drogas, além da diuturna e humilhante rotina de atitudes de desprezo do ensino ofertado, destruição da estrutura física da Escola e, muito especialmente da humilhação, em relação a si e sua profissão - isto, para não falar das ameaças claras ou veladas à sua integridade física ou vida!

Como é que um de nós de sentiria num ambiente assim, tentando realizar na prática, a missão de ensinar, ou como requer a linguagem dos profissionais da área, de "promover e medear a atividade de aprendizado dos alunos"?

Entendo que o governo tem a obrigação de ofertar ensino de qualidade e gratuíto - o que, por sí só, já traz como pre-requisito, políticos de coragem e responsabilidade. Mas, considerando a responsabilidade, a finalidade e, os custos envolvidos, tem o dever de exigir as contrapartidas. Do staff da educação, deve exijir um projeto simples, eficiente e viável de ensino. Dos professores, o compromisso com a sua formação, com sua unidade escolar, e com o comparecimento diário à sala de aula. E dos alunos, bem longe da irresponsabilidade e selvageria vigente entre eles, um comportamento social minimamente aceitável, cuja imposição deve começar na matrícula assinada pelos pais e, deve passar, fatalmente pelo controles disciplinares e, corajosa, efetiva e contínua aferição de seu aprendizado.

Se os técnicos da Escola Pública quiserem um exemplo em que se mirar, basta ir na primeira esquina onde estiver instalada uma escola dita “particular (que já chegaram aos bairros mais pobres e, distantes)”. Nelas, os exemplos de práticas simples, rápidas e, eficientes não faltam - e começam logo no portão da escola, onde, invariavelmente, se inicia a submissão do aluno que aceita as regras de comportamento e convivência local, que se estende por todo os locais e, departamentos da unidade de ensino.

O contrário disso é seguir no exemplo irresponsável e manjado, para o qual sobram especialistas, todos devidamente titulados como mestres e doutores naquela especialidade que o sociólogo, professor e, presidente da república Fernando Henrique Cardoso chamou certa vez de...

...FRACASSOMANIA!

Pois, é... Agora, me acompanhe leitor: as autoridades de todas as áreas instituicionais e governamentais adquiriram o estranho tique de concluir sempre e, em todas as situações que o indivíduo que chamam de "hipossuficiente econômico" é também é uma pedra bruta, incapaz de assimilar valores familiares, sociais e, morais - o que você e eu sabemos, é um raciocínio covarde, caviloso e condenável.

Disto concluem, mais além, que, por isto mesmo, a par da garantia de direitos constitucionais e previsões legais e regulamentares, só existe uma maneira de contemporizar estas com o status mental daqueles: dando-lhes um tratamento diferente e licencioso, de modo que possam expressar à sua maneira, aquilo que é de seu suposto direito, dentro de uma esfera de "negociação social (que não raro, margeia longamente o que de bom senso, aceitável moralmente e, no limite, tolerável, à vista da Lei)".

É um caminho aparentemente confortável, onde a autoridade finge agir e, o beneficiário, embarca na canoa furada das licenciosidades sociologicamente justificadas, abrindo mão, em troca de tudo o que é verdadeiramente de seu direito e, importa, para a sua progressão como indivíduo, pessoa, cidadão e, profissional.

Isto se explica bem, dentro daquele famoso adágio popular: "me engana, que eu gosto!".

Qual o futuro de políticas assim? Qual é o futuro de uma sociedade que vai se sedimentando em torno de valores e práticas assim?
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Em 09.12.2010: e esta, agora? O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão do governo federal, publica os dados de uma pesquisa feita em todo o território nacional demonstrando que, preste atenção, leitor, o Brasil tem, atualmente, nada menos que 14 milhões de analfabetos. Isto mesmo, a despeito da intensa propaganda em torno do programa "Alfabetização Solidária", implantado no mandato passado do atual presidente da república, à situação do ensino caótico, soma-se o fracasso do governo, na promoção da alfabetização daquela parte da população que deixou ou nunca entrou numa sala de aula.

Mas, convenhamos: com um sujeito que se jacta de ser semi-alfabetizado ocupando a presidência da república, a prioridade, num caso assim, é me$mo para a propaganda...**

O problema é que o analfabetismo, além de se constituir numa vergonhosa confissão de incompetência para a gestão da política educacional do país e enfretamento do problema pelo governo, também se constitui num perverso critério de desvalorização da mão-de-obra analfabeta. Segundo noticia o UOL, 93% dos analfabetos ganham menos de... 2 salários mínimos.***

* Os links:

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/avaliacao-internacional-expoe-avanco-lento-e-nivel-baixo-da-educacao-do-pais/

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/pisa-cresce-a-diferenca-entre-as-escolas-publicas-e-privadas/

** Veja a notícia completa aqui:

http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/cai-o-analfabetismo-mas-cresce-o-numero-de-analfabetos-funcionais-no-brasil

***Confira:

http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/12/09/ipea-93-dos-analfabetos-ganham-ate-dois-salarios-minimos.jhtm

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